Reunião de Bolsonaro com embaixadores repercute entre políticos e ministros.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin disse que “é hora de dizer basta” aos ataques feitos ao processo eleitoral brasileiro.

Reunião de Bolsonaro com embaixadores repercute entre políticos e ministros.
Foto: Sergio Lima

As repercussões da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e 40 embaixadores, na qual o líder brasileiro disse que deseja “aprimorar os padrões de transparência” das eleições, estão entre os destaques desta terça-feira (19).

“É hora de dizer basta”, diz Fachin sobre ataque às urnas eletrônicas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin disse que “é hora de dizer basta” aos ataques feitos ao processo eleitoral brasileiro e ao sistema das urnas eletrônicas. Ele discursou no lançamento da campanha de Enfrentamento à desinformação pela seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil.

Segundo o presidente do TSE, a Justiça Eleitoral e seu representantes são “atacados com uso de má fé” e criticou o “envolvimento da política internacional”.

“Mais uma vez a Justiça Eleitoral e seus representantes máximos, são atacados com acusações de fraude, ou seja, uso de má fé. Ainda mais grave, é o envolvimento da política internacional e também das Forças Armadas, cujo relevante papel constitucional a ninguém cabe negar como instituições nacionais, regulares e permanentes do Estado, e não de um governo. É hora de dizer basta à desinformação e ao populismo autoritário que coloca em xeque a Constituição de 1988”, disse o ministro.

Pacheco: ‘segurança de urnas e lisura não podem mais ser colocadas em dúvida’
O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou nota nesta segunda-feira (18) em que afirma que a “segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida”.

A afirmação acontece após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), convidar e se reunir com vários embaixadores no Palácio da Alvorada para fazer uma série de críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, questionar os resultados das eleições presidenciais de 2018 e voltar a lançar suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

Militares do governo lideraram evento com embaixadores, dizem fontes do Planalto
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL) informaram à CNN que foram os militares do governo que lideraram a organização da reunião com embaixadores nesta segunda-feira, ignorando posicionamentos contrários de integrantes da chamada ala política do governo e da campanha.

Estiveram à frente do processo os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos; o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira; o ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Neto, além do chefe dos ajudantes de ordem do presidente, tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid.

Cid aliás foi o responsável, junto com o presidente, por elaborar o conteúdo dos slides que foram exibidos. Ele já é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal Federal por vazamento de dados sigilosos de um inquérito sobre ameaças às urnas eletrônicas. Ele é filho do general Lorena Cid, que exerce um cargo de confiança no escritório em Miami da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Os outros quatro participaram aconselhando o presidente. Eles teriam pedido a Bolsonaro serenidade na sua fala e que não subisse o tom, em especial contra os ministros do Tribunal Superior Eleitoral. Apesar das críticas desferidas pelo presidente contra Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, a avaliação no entorno do presidente foi de que ele conseguiu cumprir a missão dos generais.

Pré-candidatos criticam Bolsonaro por ataques às urnas em reunião com embaixadores
Pré-candidatos a presidente criticaram a postura de Jair Bolsonaro (PL), que fez ataques à Justiça Eleitoral e ao sistema de votação do país durante reunião com embaixadores nesta segunda-feira (18)

Bolsonaro colocou em dúvida o resultado das eleições de 2018 e citou suspeitas já afastadas pela Justiça Eleitoral. Jamais uma fraude no sistema brasileiro de votação eletrônica foi comprovada.