Dívidas coloca em risco as Obras Sociais Irmã Dulce

Dívidas coloca em risco as Obras Sociais Irmã Dulce

Agravada pela pandemia, a crise financeira dos hospitais filantrópicos e Santas Casas de todo o Brasil tem se tornado uma ameaça ao fornecimento de atendimentos gratuitos. Na Bahia, 52% das instituições filantrópicas encerraram 2021 no vermelho, de acordo com a Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA). Nesse grupo estão as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e os mais de 3 milhões de atendimentos gratuitos por ano no estado.

A instituição entrou em 2022 com uma dívida de R$24 milhões que pode chegar a R$44 milhões até o final do ano, enquanto os corredores continuam cheios de pacientes em busca de atendimento e na torcida para que a instituição supere a crise.

A entidade, que realiza cerca de 9 mil atendimentos mensais para tratamento do câncer em Salvador, nasceu a partir de um galinheiro - local onde, em 1949, Irmã Dulce pediu a sua superiora para abrigar 70 enfermos, um espaço que agora é considerado o marco zero da filantrópica -, hoje atende 10,8 mil pessoas com deficiência por mês na capital baiana.

Na Bahia, anualmente, a instituição realiza 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais, 23 mil cirurgias, 43 mil internamentos, acolhe 2,9 milhões de pessoas e serve 2,1 milhões de refeições para os pacientes. No total, os serviços da OSID estão distribuídos em 21 núcleos diferentes.

Porém, a crise financeira oriunda do repasse do dinheiro do SUS, que não é reajustado há cinco anos, se agravou na pandemia. As campanhas de doação para o hospital visam não só a compra de insumos e equipamentos, mas também de material de construção para ampliar os núcleos de atendimento, já que a OSID tem sofrido com a demanda reprimida por falta de espaço.