Ucrânia anuncia contraofensiva no sul do país, dominado pela Rússia, e já dispara foguetes contra cidade

Forças de Kiev tentarão recuperar cidades como Mariupol e Kherson. Região, estratégica para a Rússia pelo acesso ao mar de Azov, de onde saem navios cargueiros para o Mar Negro e a África.

Ucrânia anuncia contraofensiva no sul do país, dominado pela Rússia, e já dispara foguetes contra cidade
Foto: Divulgação

O governo da Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (29) que deu início a uma contraofensiva para recuperar o controle de cidades e povoados no sul do país, a região que a Rússia conquistou de forma mais veloz e agressiva desde o início da invasão ao país vizinho, em 24 de fevereiro.

O objetivo da missão é recuperar principalmente pontos estratégicos do território ucraniano no sul dominado pelos russos, como as cidades de Mariupol e Kherson.

Nesta segunda mesmo, forças ucranianas lançaram foguetes na cidade de Nova Kakhovka, que está ocupada pelos russos, deixando-a sem água ou energia, disse a autoridade local (um aliado dos russos) à agência de notícias RIA. A cidade fica a leste de Kherson.

"Hoje iniciamos ações de ofensiva em várias direções, incluindo na região de Kherson", anunciou a porta-voz do Comando Militar do Sul da Ucrânia.
Segundo o Comando Militar do Sul, mais de dez depósitos de munição da Rússia em cidades no sul da Ucrânia já foram destruídos, o que "enfraqueceu definitivamente o inimigo". O resto da operação segue em sigilo.

A Ucrânia tem falado sobre a contraofensiva há cerca de dois meses, desde que a guerra no país entrou em uma nova fase, na qual, segundo especialistas a Rússia começou a diminuir o ritmo dos ataques e se preparar para uma guerra de longa duração, focando em estabelecer seu poder em cidades e regiões já conquistadas.

Já Kiev, abastecida com armas e artilharia enviadas constantemente por países europeus e os Estados Unidos, começou a avançar no plano de reconquistar seus territórios.

Mariupol

Muito falada na primeira fase da guerra da Ucrânia, no início do ano, Mariupol, no sul, é um dos grandes focos da contraofensiva. A cidade portuária foi a mais devastada até agora pelas forças russas, que entraram de forma ostensiva já começo da ofensiva de Moscou.

Isso porque Mariupol é considerada uma das áreas mais estratégicas para o governo do presidente russo, Vladimir Putin, por conta de sua posição geógrafica: fica entre a fronteira da Rússia com a Ucrânia e a península da Crimeia, região ucraniana anexada pela Rússia em 2014 e controlada por forças de Moscou desde então.

Além disso, Mariupol tem um dos maiores portos da Europa Oriental, o que garantiria a Moscou uma via de saída para navios cargueiros.