Salvamar alerta banhistas sobre perigos com caravelas e frente fria neste final de semana

Além disso, nesta época, que é também período de chuvas e as correntes de ar provenientes do Sul são mais fortes, o mar tende a ficar mais agitado, acarretando o aumento de incidentes nas praias.

Salvamar alerta banhistas sobre perigos com caravelas e frente fria neste final de semana
Bruno Concha/Secom PMS

A Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar), vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), chama a atenção dos banhistas para os cuidados com o banho de mar neste final de semana (8 e 9) na cidade. Isso se dá pelo aumento no número de caravelas, as conhecidas águas-vivas, na faixa litorânea do município.

Além disso, nesta época, que é também período de chuvas e as correntes de ar provenientes do Sul são mais fortes, o mar tende a ficar mais agitado, acarretando o aumento de incidentes nas praias. Neste período, os salva-vidas reforçam a sinalização, com as bandeiras roxas que indicam a presença de área de animais marinhos nas praias, além das bandeiras vermelhas, informando sobre o perigo do banho de mar, conforme determina o modelo nacional da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa).  

“Foi observada pelos nossos agentes uma grande quantidade de caravelas em Salvador. Por isso, é muito importante que as pessoas evitem o banho de mar, pois o mar está perigoso, com influência de correntes de retorno e frente fria. Isso trouxe muitas caravelas, que podem causar acidentes graves, sobretudo com crianças que podem ter febre, ínguas, e até precisar de um atendimento médico especializado. Neste final de semana, teremos as bandeiras roxas sinalizando os perigos e, antes de entrar no mar, pedimos que as pessoas busquem observar se por ali não há perigo com caravelas antes de entrar na água”, explica o coordenador da Salvamar, Kailani Dantas.

O salva-vidas e oceanógrafo André Quadros conta que as ocorrências de queimaduras com as caravelas acontecem durante todo o ano, porém, com incidência maior no outono/inverno. “Isso provavelmente está relacionado com a mudança de direção e maior intensidade dos ventos e correntes marinhas, pois são animais que não possuem capacidade natatória, vivem à deriva nos mares e oceanos, e quando acontecem essas mudanças, conseguem chegar com maior facilidade até nossas praias”, relata.

Ele lembra que, aqui em Salvador, as praias oceânicas (da Barra até Ipitanga) são as que possuem mais ocorrências, visto que são praias mais expostas à ação das ondas, ventos e correntes. Já as praias da cidade que estão dentro da Baía de Todos os Santos, que são mais protegidas, possuem uma menor probabilidade de aparecimento desses animais, entretanto, os registros existem.  “É importante ficar atento à sinalização dos salva-vidas. A bandeira roxa na praia indica a presença de animais marinhos, que na maioria das vezes está relacionada às caravelas-portuguesas. Além disso, é fundamental manter a atenção na faixa de areia, pois muitas caravelas se encontram espalhadas por ali. Mas, se ainda assim, a pessoa decidir entrar no mar, é assumir a responsabilidade e saber que as chances de se queimar são grandes”.

Caravelas – A Physalia physalis, nome científico da caravela, é uma colônia de vários organismos juntos que possuem diferentes funções. Se alojam e vivem na interface entre o ar e o mar, porém, elas não possuem nadadeiras, apenas são arrastadas pelos ventos e correntes. Por isso, quando o mar está mais revolto e agitado, as caravelas tendem a se movimentar mais e se aproximar da costa. Se alimentam de pequenos peixes e são alimentos das tartarugas marinhas. 

Confira dicas da Salvamar em casos de acidente com uma caravela: 

1) Retirar os restos de tentáculos ainda presentes na pele, se houver;

2) Lavar o local com água salgada, nunca com água doce;

3) Aplicar vinagre no local lesionado (evitar vinagre de álcool);

4) Cobrir o local com um pano úmido;

5) Ficar em observação, pois sintomas mais graves podem aparecer – neste último caso, é essencial procurar assistência médica.

 

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/Secom PMS