Ucrânia e Rússia assinam acordo para exportação de grãos pelo Mar Negro.

Este é o primeiro acordo assinado por ambos os países desde o início da guerra. Turquia e ONU foram os principais mediadores.

Ucrânia e Rússia assinam acordo para exportação de grãos pelo Mar Negro.
Foto: Umit Bektas/REUTERS

A Ucrânia e a Rússia assinaram nesta sexta-feira (22) um acordo entre os dois países para que, apesar dos conflitos, Kiev possa exportar seus grãos, principalmente o trigo.

O anúncio foi feito durante um evento com presença da imprensa onde o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, falaram.

No momento, a Rússia assumiu o controle sobre a maioria das cidades portuárias da Ucrânia e não permitia o trânsito livre na região.

Ainda não há detalhes sobre o conteúdo do acordo, mas com esse desenvolvimento países da Europa e da África (principais compradores) poderão voltar a consumir os produtos originários do solo ucraniano.

Este é o primeiro grande acordo assinado por ambos os lados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Ele foi intermediado pela ONU e pela Turquia.

Segundo Ancara, este documento permitirá que os grãos ucranianos bloqueados pela guerra saiam do Mar Negro e um alívio das restrições ao transporte de alimentos produzidas pela Rússia.

A Ucrânia reagiu com cautela ao anúncio.

"A delegação ucraniana só apoiará soluções que garantam a segurança das regiões do sul da Ucrânia, uma posição forte das forças armadas ucranianas no Mar Negro e a exportação segura de produtos agrícolas ucranianos", disse à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko.

A Rússia garantiu nesta sexta-feira que é "muito importante" permitir a exportação de grãos bloqueados nos portos ucranianos. "É uma parcela relativamente modesta do grão ucraniano, mas é muito importante que chegue aos mercados internacionais", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Hoje há um farol no Mar Negro"

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, falou durante o evento e defendeu a importância do acordo entre todas as partes. Segundo ele, o acordo não busca favorecer nenhum dos dois lados, mas ajudar o mundo que começava a encarar uma crise alimentar.