Motoristas de aplicativos fazem paralisação nesta terça-feira

Organizada via grupos de mensagens, o ato acontece por meio de carreata

Motoristas de aplicativos fazem paralisação nesta terça-feira
Foto: Divulgação

Nesta terça, 6, motoristas de aplicativos de várias empresas, como Uber, 99 Pop e Indrive, fazem manifestação em Salvador contra taxas defasadas cobradas pelas plataformas, que interferem nos ganhos da categoria, dentre outras reclamações. Organizada via grupos de mensagens, a paralisação acontece por meio de carreata e os prestadores de serviço prometem ficar off-line dos aplicativos durante todo o dia. 

A mobilização foi organizada por administradores de mais de 60 grupos de motoristas da cidade por meio de aplicativos de mensagens. Além disso, com concentração a partir das 8h no Parque dos Ventos, no bairro da Boca do Rio, a categoria pretende fazer carreata em direção ao Ministério Público, em Nazaré, e logo em seguida para a sede da Uber em Salvador. 

“Todas as outras conversas que tivemos com estas empresas não funcionaram, não teve nada de concreto, só promessas, por isso vamos tentar a via da justiça. Temos uma petição assinada por 811 motoristas que pedem por melhorias nas nossas condições de trabalho que vamos encaminhar ao MP”, explica Carlos Alberto Souza, que trabalha há 4 anos e meio como motorista de aplicativo, e aderiu à paralisação.

Dentre as reivindicações, está o reajuste nas taxas de faturamento por quilômetro rodado, que atualmente é de cerca de R$ 0,98 a 1,10/km, e de cancelamento de corrida, que é equivalente a R$ 3 a cada solicitação suspensa. Além disso, os motoristas pedem uma tarifa mínima de R$ 10 reais por corrida. “Também vamos pedir que o MP interfira junto a Polícia Militar e Civil na nossa defesa e garantia de nossa segurança. Estamos sendo vítimas de muitos roubos e atentados”, diz.

"Com a nova política dos aplicativos, os motoristas têm trabalhado mais, passado mais tempo na rua, e o faturamento, levando em conta os gastos diários com combustível e manutenção, o lucro tem sido muito pequeno. O ganho por km rodado é de cerca de R$ 1,05, mas não é só isso, o tempo durante a viagem e taxa fixa também são defasados. Muitos passam por 14 ou 15 horas de trabalho, pressionados por taxas de cancelamento e aceitação”, relata William Veloso, que trabalha como motorista por aplicativo há 6 anos. 

Veloso explica que o movimento de paralisação é feito de motorista para motorista, e não tem relação com sindicatos ou organizações. “Pegamos os administradores de vários grupos de motoristas de Salvador e nos reunimos, decidindo fazer essa mobilização. Temos mais de 60 grupos participantes, então vai ser uma paralisação muito grande”. 

Apesar disso, os prestadores de serviço prometem que, apesar do grande impacto da manifestação, os clientes não sairão prejudicados. “A manifestação não vai estar prejudicando os clientes, o nosso intuito é buscar melhorias para nós e não prejudicar a plataforma ou os passageiros. Precisamos de uma melhoria”, diz Natanael Souza, que trabalha nas plataformas desde 2016. 

“Devido a indignação dos motoristas, acredito que esta paralisação vá impactar a rotina da cidade, já que muitos vão aderir. Infelizmente, a quantidade de carros vai ser menor nas ruas durante este período, o que vai atrapalhar um pouco os passageiros, mas com certeza não teremos uma adesão de 100%, acreditamos que seja de 40 ou 50% dos motoristas convocados, então ainda vai ter carro rodando. Além disso, os clientes também terão um impacto positivo no serviço caso nossas reivindicações sejam aceitas”, explica.